Acordou... era cedo!
Não que fosse o costume ou até mesmo o gosto, mas era necessário. Trabalhar naquele pedágio nunca seria como o emprego na Estação Espacial, o qual sonhara quando ainda era pequeno. O teto era o mesmo, só que de outra forma. Quando se voltou para o lado: parede. Sua mãe, sua amada mãe, mudou a cama de lugar. E agora? Sempre se levantava pelo lado direito da cama, mas agora, parede. O que fazer? Pensou em arrastar a cama, mas para isso precisaria se levantar pelo esquedo. Confusão. Uma idéia: arrastar a cama forçando os pés na parede. Feito! As marcas dos pés ficaram lá, na parede. Não costumava tomar banho nessa época do ano. O barulho acordou a velha, que do seu quarto fétido no fundo do pequeno apartamento, murmurou palavrões incompreensiveis e pigarrentos. Vagabundo!
Um pão murcho e uma xicara de café amargo - o velho conhecido gosto de cigarro! A velha não abandonara o vício, mesmo depois do efisema. Dois ônibus e uma carona dos rodoviários.
Obras na pista. Pobres rapazes das bandeiras e dos cones! Nesse momento uma fagulha de orgulho brilhava em seus olhos.
"Bom dia senhor! Uma boa viagem!"
Fábio Fantini
(escrito em 26 de Agosto de 2008)
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