sábado, 5 de novembro de 2011

O Outro é Falso

Filho da sombra!
Resto do mundo!
Escuridão que espanta;
solidão de fundo

Sem querer, saí!
por instinto, fugi!
Maldição caí
Perdição, senti

Nunca foi tao fácil
De tanto prazer, conheci!
De você lembrei
Um passo a mais, sorri.

Nem todo desespero
Muito menos, ilusão
Pelo amor, lutarei
Quero você!

Solidão!

Solidão!

É Mentira!

Lutar contra a vontade de escrever
Imposivel refletir
Viver sentir
Um pouco mais sem
Mentir

Começar nunca foi tão fácil
Dominar nunca foi tão porco
Vomitar nunca foi esterco

Rastejar sempre foi incômodo
Respirar sempre foi incerto
planejar nunca foi esforço

Um momento pra pensar
Uma chance pra fugir
Um segundo para respirar
Ultima chance para mentir

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sobre todas as coisas


Sempre soubemos que tem algo de errado. Você sai de casa como se sentisse que pode dominar o mundo, mas o que encontra é, no mínimo, decepção. Não que isso seja errado. É só mais uma prova de que você foi preparado para um ambiente que não existe. Lá fora não existe amor. Só pra começar a indagar sobre o futuro. Que futuro? Temos um futuro?
Todas essas armadilhas inteligentemente construidas para nos jogar pra baixo. Muito baixo! Claro está que desejamos um mergulho eterno, uma queda que valha a pena. Um amor perdido. Aquele mesmo que te fez sonhar e acreditar que valeria a pena, que a luta era séria, que no fim venceríamos. Mas, ganhar de quem? Vencer uma batalha a cada dia. Um leão morto. Uma vitória com sentido?
Há! Perdeu. Chega uma hora que descobrimos, fantasticamente, que a felicidade ficou no passado. Justo naquele momento que desprezou, a pessoa que dispensou... ah! e ainda sente que amou. Amou o quê? Como podemos ter amado justamente aquilo? E não dá pra ficar nessa nostalgia do que não viveu. Sabemos disso.
O mais difícil é perceber que o que nos impulsiona é essa busca infinita de uma existência plena, que mesmo que tenha existido, nunca foi entendida.
Disfarces, mentiras, fantasias.
Seres humanos!
Isso que somos, uma viagem sem fim para dentro desse universo limitado pelo egoismo. Infinito para cima... muito além de infinito para o interior de nossos fantasmas.
Se o passado te persegue é porque você errou.
Se o futuro te assusta é porquê você errou.
Somos o erro. Somos o presente.
Essa falta momentânea que se prolonga.. e persegue... e machuca.
A felicidade nunca bate a nossa porta.
O amor nunca existiu.
E a gente se conforma, e se desespera, e chora, e reza, e implora... sobre todas as coisas.
Sobre tudo que não entendemos; e sofremos.
As vezes calados, as vezes gritando.
Sempre se lamentando.
Sobre todas as coisas que não conhecemos.

domingo, 31 de julho de 2011

Dessa vez não vai rolar imagem. Nem viagem... muito menos vertigem;

Só vou falar de amo... ops Sexo

De quato!

Só existe um sexo. Mesmo que os padres prefiram o outro.

Posição de padre é só uma criação medieval.

Sexo é quando voce sente o cheiro
Sexo é quando voce sente prazer

Não a obrigação
Não o casamento

Só sexo, só cheiro,
Sem sentido
Sem dinheiro

Sexo por sexo
Entra, geme, sai, geme

Semente, crescente
Gente, serpente

Isso que nos faz
Isso que amamos

Gente


Muito
Sempre

Com, tente!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Lá, outra vez, de volta.

Quando encostei o carro na garagem, o sol já caminhava a passos largos no leste. Nunca consigo me lembrar que tipo de truque utilizo para conseguir entrar, se mesmo quando estou sóbrio tenho dificuldades com as chaves. Confesso que deitei com a intenção de apagar. Não consegui.

Nessas horas costumo apelar para o telefone. Já vi alguém dizer que os aparelhos deveriam ter um sistema anti-bebuns. De cara, pensei em ligar para o Nietzsche. Queria dizer para aquele maldito que eu também não agüento mais essa estética da pobreza, essa ética da plebe... todas essas merdas que temos que engolir. Então lembrei que ele deveria estar em sua caminhada matutina. Pobre doente. Foi até bom evitar aquelas conversas infinitas sobre o quanto Socrátes e seu lacaios da igreja católica foram idiotas. Que se foda!
Então não teve outro jeito, liguei para aquele velho safado do Freud. Sempre com o charuto na boca e o nariz entupido. Sujeitinho metido a besta. Atendeu dizendo que não tinha tempo para falar comigo. Como assim? Só porque conseguiu algum reconhecimento de um monte de fanáticos tarados, não pode me atender? Um grande filho da mãe. Disse-me para tentar ficar calmo e que era apenas um surto. Surto? É claro que é um surto. Naquele estado, se meu pai não estivesse morto e viesse me dar algum tipo de sermão, eu juro que enterraria um punhal em sua garganta. Quer saber, seu velho judeu de merda... vai atender suas socialytes carentes de pica e me deixa aqui sozinho. Estou terminando minha carta de suicídio e vou dizer que a culpa foi sua... que você abusou de mim... Tá fudido velho!!! Desliguei.
Um pouco mais aliviado, até pensei em sair novamente; mas, me lembrei que naquela hora só encontraria o pessoal indo para a feira. Diversão mesmo, só se topasse um daqueles travestis fedorentos. Que porra! Não temos nem putas decentes nesses dias. Tempo de lobos dos infernos.
Caminhei até a cozinha (se é que podemos chamar aquele chiqueiro de cozinha). Há! Encontrei uma boa quantidade de wisky numa garrafa que ganhei no meu aniversário (40 anos, como pude ter chegado tão longe?) No congelador, uma vodka de baixíssima qualidade que tinha perdido apenas o cabaço. Háháháhá. Acho que nunca ri tanto. Até doeu a barriga... pobre fígado.
Peguei um maço de cigarros, abracei minhas duas novas namoradas e fui para o fundo do quintal. Quando é que todo aquele mato cresceu? Sentei embaixo do velho limoeiro, acendi um cigarro e uma lágrima escorreu no rosto. Existe felicidade maior?



HdM

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Kali




Ah! Como viver assim?
Sem você
Não que fosse muita coisa
Só você

E se você pode fazer isso comigo
O que seria de mim
Sem você

Porquê se você
Pra mim é tudo
Sem você
Nada eu seria

Você e eu, perigo corremos
Longe do outro amigos seremos
Estranhos quão pertos
Por hora, oremos!

Deusa minha!

Frente a Frente



Porquê mesmo sabendo que todos preferiram o bem, gostava de tentá-los; oferecia-lhes o mal e sabiam que alguns morderiam a isca - mesmo que essa fosse da consciência; mesmo sabendo que esse seria o tão proclamado fim. O dia do lobo! Não de cordeiros, mas de semi-deuses; seres que falharam no final, aqueles que não suportaram.
Mas às vezes, e somente às vezes, reuniam-se na matilha. Cada um zombando da falha do outro, cada um desejando o sucesso do outro, cada um cansado de ser o outro. Sabemos que isso significa apenas que existe Um. Ele!
O indizível que uma vez errou: num dia qualquer fez uma piada. A Grande Piada! A piada humana. Aquela que sofre, que pensa, que chora e que mama... ah! Sempre mama! Porque viver ainda é o melhor a se fazer, mesmo que você sofra, mesmo que você reze, implore...
Não tenha medo do escuro, lá dentro só há um, não é teu inimigo, muito menos seu salvador.
Espelho! Você contra você... você... você... você.... Querer!


terça-feira, 28 de junho de 2011

ROÇA 'N' ROLL - Varginha 2011

DIÁRIO DE BORDO

Sábado, 25 de junho de 2011, fizemos mais uma “barca” do Coletivo Beerock para um dos nossos eventos anuais preferidos. Eu, Neto, Alysson e Manoel rumamos para Varginha para mais uma noite de delírio no Roça ‘n’ Roll.

O objetivo desse texto não é fazer um informativo ou um release (sic) do evento. Nada disso! Estou postando no meu blog de “insanidades” porque o objetivo é justamente isso: um simples relato da viagem, invejando os amigos do La Carne. Vamos lá!


Depois de alguns dias na lógica alcoólica: acordar para beber e beber para dormir (feriado na quinta e recesso na sexta), no final da tarde de sábado eu estava mais destruído que o Afeganistão. Mesmo assim, alguns compromissos não podem ser desconsiderados, principalmente quando se trata da nossa expedição anual para o Roça – um dos maiores festivais de rock do Brasil e provavelmente o melhor no quesito Metal no interior.

Nada melhor para curar ressaca do que beber mais... foi assim que a noite começou. Quando passamos por Paraguaçu me deu vontade descer do carro, roubar aquele avião e pilotar até a Fazenda Estrela – ótimo sinal de que estava tudo jóia. Depois de uma perdidinha básica na estrada para Monsenhor Paulo chegamos ao local do evento daquele jeitinho.

Foi a minha 6ª expedição, mas o festival já existe há treze anos. Ainda no estacionamento tivemos a impressão que tinha menos gente - estávamos enganados. Ao entrar, uma constatação: tinha gente pra caralho!

A notícia triste foi que perdi dois dos shows que mais queria ver. Quem pediu para chegar tarde? Uma pena não ver a Gangrena Gasosa e a Periferia S/A. Fica para uma próxima oportunidade. De cara, encontramos os brothers da Seven Keys. É muito bom ver que uma banda de Guaxupé foi selecionada para tocar num lugar phóda como o Roça. Eles tocaram cedo, no palco das bandas regionais. É isso ae meninos! Logo vocês estarão no palco principal. Fica a lição para as outras bandas de Guaxupé. Quem luta pra valer, nunca perde.

Fomos para frente do palco principal para assistir o Thuata de Dannan. É a sétima vez que vejo esses caras ao vivo e nem preciso dizer que sou fã - alguns clássicos cantados a plenos pulmões e passos de uma dança celta digna de um bêbado. Senti um pouco de falta de entrosamento na banda; também pudera, o Bruno Maia tem se ocupado com seus projetos e ainda por cima é o “cara” por trás daquele festival. Exigir mais dele seria como pedir para “cobrar escanteio e cabeciar”. O Bruno conseguiu construir algo que poderíamos chamar de milagre. Valeu grande brother!

Enquanto o André Matos não começava, mais um role no local... uma ou outra dose de wisky... uma trolada... algumas risadas... enfim, ir no Roça com os indivíduos do coletivo é pura diversão. Senti falta da barraca de quentão, mas tá valendo.

André Matos no palco, boa performance da banda. A voz tava sumindo um pouco, talvez pelo frio ou pelo som, não sou expert nesses assuntos. Alguns clássicos de sua carreira com outras bandas e a galera delirando.

Chegou a hora dos gringos. O Cathedral era uma das atrações mais esperadas. Os caras anunciaram que seria o ultimo show no Brasil e tals. Um ótimo show! Músicas cadenciadas e obscuras, digna de um dos percussores do Doom metal. Outros sons mais alternativos, flertando com o Stoner. Vi alguns headbangers trocerem o nariz. Mas é assim mesmo: existe gente mais xiita que metaleiro? Há!

Mais rolê, mais wisky, mais trolagem, apelidinhos, risadas... encontros com os amigos de Guaxupé que estavam por lá... vai vendo...

Dr.Sin no palco - grande expectativa. Valeu a pena! Os caras tocam demais... até demais da conta. Tem hora que fica parecendo aula de música. O entrosamento é perfeito. Os instrumentos são lindos. Quero uma guitarra que brilha do escuro! Futebol, Mulher e Rock’n Roll continua um clássico absoluto. Enquanto uma outra banda começou a ligar os instrumentos no outro palco, a galera mandou uma vaia e começou um coro dr.sin, dr.sin, dr.sin.... yeah!

Ultima banda, não sei o nome. Já estava pra lá de Bagdá. O Manoel Maníako (D.D.E. do Beerock) me arrastou pra fora e zarpamos. Poeira, neblina, viagem, vertigem. Na verdade, eu queria entrar na cidade de Varginha para roubar aquela Millenium Falcon que fica no centro. Os brothers não deixaram. Altos papo no caminho de volta, talvez para evitar que o motorista resolvesse dar um mergulho no lago.

Será que existe alguma competição do tipo “maior cristo” entre as cidades? Putz, aquele Cristo de Elói Mendes é gigantesco! Tentamos dar carona para o Cristo de Monte Belo que fica pedindo carona no trevo... ele nem deu moral.

Guaxupé novamente, desmaio na cama com as ultimas energias que me restam. O domingo não vai ser um dia fácil...

Valeu roceiros! Parabéns Bruno e galera da Cangaço! Um salve para todos que foram. Pro pessoal que trampou, que tocou, especialmente a Seven Keys. Desculpa as zoeiras, os gritos, as trolagens, a fumaça... foi demais!!!!

Ano que vem tem mais! Tem muito mais!!!

Allright!!!!!


*** Em tempo:

Voces sabiam que o Cristo de Elói Mendes é maior do que o do Rio de Janeiro???

Sabem o que isso significa???

- NADA!!!


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Outro do mesmo jeito...

Plano demais. Talvez seja os pampas, talvez os alazões. Não se vê mais cavalos por aqui, só carros provavelmente roubados. Nas fronteiras as leis se flexibilizam.
Mesmo sem saber direito onde era, entrei. Um pouco de poeira, um moleque massando barro, uma menina estendendo roupas no quintal. É sempre assim, meio bar, meio vida de alguém. Ali todos desconfiam da própria sombra, afinal é fronteira. Perto do Brasil, eles dizem. Mas sempre foi de lá que fugi. Como pode um lugar ser tão belo? Ter tanto ouro, tanto minério, tanto petróleo... tantos canalhas. O Brasil é um pais de canalhas.
Quando saem, todos comemoram... mas nunca esquecem.
O Brasil é o melhor lugar, mas as vezes é preciso encontrar um passado, uma vida, uma mentira bem contada.
Foi por isso que saiu. Hercules Del Marco foi o nome.
Num deserto de sentidos, qualquer coisa que lhe valha uma boa dose serve. Olá! Falou. Uma criança correu e o pai chamou. Uma bebida no balcão, uma ficha na jukebox e uma noite a mais viveu.
Depois que entrou, do resto tentou esquecer. Mais gente chegou... e talvez tenha algo para escrever.
Outro dia;
Talvez.

sábado, 11 de junho de 2011

E assim foi...



Ah! Sair nesse frio de lascar nunca foi problema pra ele. Ninguém é capaz de sentir frio depois de quatro cana na veia. Corre, sobe, sente, grita, dorme... amanhece. Quando olha para o filho, algo muito maior grita-lhe na cabeça. Seja! Compareça!
Vagabundo, alguns gritavam; estranho, outros confirmavam. Sozinho, ninguem notava.
Nem era por isso que lutava.
Dignidade, nem que seja na morte. Honestidade, talvez pensassem.
Que sozinho, ninguem morresse.
Sem sentido, alguem ficasse.
Para que tudo que acontece num dia desse
Cantado,
Para sempre
Todos lembrassem!!!

Espelho

Tudo que precisamos é alimento
Desde a primeira luz, até o fim da alimentação
Só escuridão

Corremos
Cantamos
Celebramos
O encontro, o ilustre... alguém

Sempre soube que seria voce
Nem tentou ser difente
Gente que só pode fazê

De barriga cheia, porque cem
Barriga vazia só pra se diver ti
Aqui agora
Só queremos
Dormir
... sem sentir
Que cem você
Não consigo se di versos mente
Ti

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mais um pouco de tudo

Qual o peso do tempo? E a dor do tempo?
Tempo da dor...
Templo do peso
Todos queremos ser magros, belos e saudáveis.

Em tempo, não dá para conseguir
Talvez depois de muito reprimir
Será que dói viver sem mentir?

Contra o espelho,
Contra o tempo,
Contra a sobrevivência

Fome de tudo, alguns dizem
Fome de sentido, poucos percebem

Comâmos e bebâmos a existência
Mesmo que certo não seja
Uma noite apenas
Mais torresmo e cerveja!!